Moçambique participa da 10ª Reunião do Grupo de Trabalho de África sobre Crime Cibernético para Chefes de Unidades

Moçambique participa da 10ª Reunião do Grupo de Trabalho de África sobre Crime Cibernético para Chefes de Unidades

A capital da Nigéria, Abuja, acolhe de 29 de Abril a 03 de Maio de 2024 a 10ª Reunião do Grupo de Trabalho Africano Sobre Crimes Cibernéticos para os Chefes de Unidades nacionais responsáveis pela aplicação da lei e combate ao crime cibernético

Nesta Reunião, os chefes da unidade africana de combate aos crimes cibernéticos se unem para avaliar o panorama actual e criar sinergias contra a crescente ameaça de ataques cibernéticos em África e no mundo em geral, o foco incide no reforço da capacidade operacional, a cooperação e assistência mútua na luta contra o crime cibernético, assim como reforçar o quadro legal nesta matéria.

A cerimónia de abertura foi realizada no dia 29 de Abril de 2024, contou com a presença de individualidades do Governo e da polícia da Nigéria, INTERPOL, AFRIPOL, representantes da União Africana e contou com cerca de 150 especialistas em segurança cibernética representando as cinco regiões africanas, com destaque para a participação dos cinco países africanos de expressão portuguesa: Moçambique, Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau e São Tomé e Príncipe.

O Director da Direcção de Crimes Cibernéticos da INTERPOL, Craig Jones, anunciou que a INTERPOL identificou 20.674 redes suspeitas ligadas a terroristas, lavagem de dinheiro e outros em 25 países africanos. Disse ainda que: “Em 2024, nossas áreas prioritárias serão as ferramentas e infra-estruturas criminosas que facilitam o crime cibernético, intrusão, actividades maliciosas realizadas em redes digitais, implantação de cargas maliciosas, incluindo Ransomware, trojans bancários, spyware, extração de dados sensíveis, ataques de negação de serviço distribuída (DDoS), ataques de phishing e técnicas usadas no Business Email Compromise”. Acrescentou ainda que:

“Daremos ainda mais prioridade ao papel da INTERPOL em África: com a nossa abordagem regional que oferece apoio personalizado através do Gabinete Conjunto Africano de Operações sobre Crimes Cibernéticos (AFJOC), financiado pelo Gabinete de Negócios Estrangeiros, da Commonwealth e de Desenvolvimento do Reino Unido”- Acrescentou Jones.

Na sua intervenção o Vice-Presidente da INTERPOL África, Barba Baba Umar, realçou que, de acordo com o Relatório da INTERPOL de Avaliação de Ameaças em África 2023, A África continua a ser uma das regiões mais visadas pelos criminosos cibernéticos e estes afectam a economia e a sociedade em geral, Por sua vez, o Inspetor-Geral da Polícia, Olukayode Egbetokun, apelou a uma maior colaboração entre os países presentes que trabalham em estreita colaboração com a  INTERPOL para combater o crime cibernético a nível mundial.

Ainda serão abordados temas relaccionados a crimes transnacionais que afectam a região, particularmente os crime cibernético, para identificar possíveis soluções e as necessidades operacionais dos países membros, com a experiência da INTERPOL em capacidades de policiamento para apoiar o continente, para além da abordagem sobre operações conjuntas, iniciativas de cooperação, formação, desenvolvimento de capacidades e medidas preventivas.

Participam no evento dois quadros moçambicanos, o Ponto Focal na área de crimes cibernéticos no Ministério do Interior, Marbil Bilião e o Director da Divisão de Segurança Cibernética e Protecção de Dados do INTIC, Eugénio Jeremias.  A participação de Moçambique nesta grupo de trabalho, segundo Eugénio Jeremias, é pertinente visto que a região deve agir de forma coordenada como única equipa para combater os crimes cibernéticos em África e chamou atenção a todos CSIRTs e equipas de Segurança Cibernética das instituições públicas, do sector privado, da academia e da sociedade civil para estarem em alerta máxima e melhorarem os medidas e mecanismos de segurança cibernética nas plataformas digitais e sistemas de informação sob sua responsabilidade e seguirem as recomendações para reforçar a segurança dos hosts principalmente a utilização de protocolos seguros, actualização dos sistema e correcção das vulnerabilidades conhecidas, publicadas pelos fornecedores, pois estas são exploradas pelos criminosos para atacar os sistemas.

A organização deste evento conta com o apoio da INTERPOL e do Conselho da Europa.

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